Parte 2: Quais os tipos de investimento para uma Startups Early Stage?
No primeiro texto desta série esclarecemos o que são Startups Early Stage, quais são as suas principais características diferenciadoras e demonstramos a importância dos investimentos para a evolução das Startups Early Stage. Caso tenha perdido o conteúdo, clique AQUI para acesso a Parte 1.
Neste segundo texto buscamos elencar os principais tipos de investimento que podem ser adquiridos por Startups Early Stage. Vejamos os modelos de investimentos de forma objetiva:
1. Financiamento Semente (Seed Funding): É a primeira rodada de investimentos realizados pela Startup, sendo um investimento inicial para pesquisa de mercado e desenvolvimento do produto (MVP – Produto Mínimo Viável). Este tipo de captação possui o objetivo de gerar fundos para apoiar as fases inciais de pesquisa de mercado, de validação e colocar a ideia em ação. Como é busca para tirar aquele planejamento inicial do papel, na grande maioria das vezes esse investimento é realizado pelo próprio dono da Startup ou por pessoas próximas a ele (amigos e/ou familiares).
2. Investimento Anjo: É uma forma de participação regulada pela Lei Complementar n.° 155/16, em que o investidor-anjo é pessoa física, jurídica ou fundo de investimento que realiza o aporte de capital, de forma a não ser considerado sócio, nem exercer gerência do negócio. Em agluns casos, há possibilidade de disponibilização de recursos em troca de futura participação societária/acionária na Startup, o que deve ser disposto expressamente no Contrato de Investimento. Geralmente, ocorre nos estágios iniciais do negócio, envolvendo valores menores do que em rodadas de “venture capital”.
3. Fundos de Investimento em Participações (FIP): O fundo de investimento em participações consiste em um grupo de pessoas jurídicas que investem em empresas com potencial de crescimento e desenvolvimento devido ao seu modelo de atuação inovador. Esse grupo disponibiliza seus recursos direcionados ao crescimento da startup em troca de uma participação futura nas ações da startup. Nessa fase inicial os Fundo de Seed Capital e os Fundos de Venture Capital são os mais atuantes.
4. Rodadas de Venture Capital: Rodadas que ocorrem após a etapa inicial de “seed funding” e que buscam captar recursos para essas startups que já tem com um crescimento potencial detectado e um plano de negócios pujante. A procura por este tipo de investimento está muito atrelada ao capital intelectual investido na startup, que a auxilia a aperfeiçoar serviços ou produtos a fim de atingir os objetivos de negócio. Por estarem no estágio inicial de desenvolvimento, o capital é arrecadado em rodadas diferentes, em razão do alto risco pelo estágio inicial em que se encontram.
- 4.1. Corporate Venture Capital (CVC): Investimento feito por grandes corporações em startups que podem trazer inovação e benefícios estratégicos. Esse tipo de investimento tem como vantagens que, além do capital, as startups podem ter acesso a recursos, expertise e oportunidades de colaboração com a corporação investidora, que geralmente é referência no segmento de negócio em que a startup está inserida.
5. Crowdfunding: É uma forma de investimento coletivo, em que há a captação de recursos por meio de plataformas online que reúnem um grande número de pessoas, viabilizando a obtenção de mais recursos financeiros. A plataforma pode tanto conectar os empreendedores que precisa do aporte aos empreendedores, como atuar de forma a captar recursos de pessoas físicas que tenham interesse no negócio.
6. Programas de Aceleração e Incubadoras: São programas que oferecem investimento, orientação e recursos em troca de participação acionária. Esses programas são muito valiosos para as Startups Early Stage, pois recebem mentoria, espaço de escritório e acesso a uma rede de contatos valiosa.
- Incubadoras: Forma de inciativa que visa apoiar Startups Early Stage que se veem necessitadas de um espaço físico para a realização de suas pesquisas ou desenvolvimento de seus negócios. Para além disso, são oferecidas a essas empresas mentorias em aspectos técnicos acerca do desenvolvimento do produto/serviço, além de auxiliar nas áreas de desenvolvimento do modelo de negócio, gestão e financeiro.
- Aceleradoras: Auxiliam empresários que já têm um negócio, mas que apresentam dúvida acerca de como crescer no mercado ou que apresentam dificuldade para amadurecer o empreendimento. Nesse caso, são desenvolvidos times que irão auxiliar o empreendedor por meio de mentoria, contato com pessoas do ecossistema, auxílio profissional objetivando o crescimento do negócio e contribuição financeira.
7. Rodadas de Investimento (Série A, B, C, etc.): Rodadas subsequentes de captação de recursos que ocorrem à medida que a startup amadurece e demonstra crescimento significativo.
- Série A: Utilizada para dimensionamento do produto no mercado. É realizado em uma fase em que a Startup já esteja mais sólida, já tendo noção e métricas e lucros, tendo em vista que sua utilização é para otimizar a base de usuários e criar ofertas
- Série B: Para chegar nessa rodada, a Startup já tem que ter demonstrado que possui uma sólida base de clientes, de forma que estão prontas para crescerem ainda mais. A proposta de investimento nessa rodada objetiva uma contribuição para escalar o negócio por meio da expansão de seu alcance e aprimoramento de seu funcionamento.
- Série C: Em uma fase mais avançada, a empresa é lançada no mercado internacional como forma de impulsionamento da Startup em geral.
- Séries D até G: As demais séries seguem a mesma lógica, conforme o desenvolvimento e amadurecimento da Startup, estas se colocam no mercado de forma mais representativa, conseguindo cada vez mais conquistas investidores que as impulsionem em proporções cada vez maiores no mercado internacional
Deforma bastante simplificada, estes são apenas alguns dos mais comuns e importantes tipos de investimento que podem ser buscados por Startups Early Stage. É evidente que as rodadas de investimentos não são simples e precisam ser muito bem reguladas para a devida proteção das Startups que se encontram nesse período inicial de desenvolvimento.
Para isso, não há dúvidas acerca da necessidade de um suporte jurídico adequado e completo, a fim de proteger a Startup dos desafios de mercado e os recursos alocados pelos investidores. Toda essa forma de suporte jurídico e suas principais funcionalidades serão explanadas no último texto da nossa série.